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Graduação: Faixa vermelha 10 Dan (Grau na faixa preta exclusivo
para os 5 irmãos Gracie)
Porque é um notável: Aluno de Carlos Gracie, foi o Gracie mais
vitorioso nas décadas de 20 e 30.
Um dos Gracies mais talentosos. Teve a sua história um pouco esquecida ao seguir com o jiu-jitsu por conta própria por não concordar com as imposições de Carlos Gracie, seu irmão mais velho.
George foi o Gracie que mais pesquisei para esse projeto e o último que consegui escrever para a primeira geração, devido a todo cuidado que queria tomar para não cometer nenhuma injustiça com a sua história, já que a maior injustiça já tinha sido feita.
Segundo irmão mais novo da família, aprendeu jiu-jítsu com Carlos. Logo se tornou uma das estrelas da Academia Gracie por sua facilidade de absorver os ensinamentos. “Gato Ruivo”, como era conhecido, foi um dos responsáveis para o crescimento do jiu-jítsu como arte de combate no final da década de 20 e início da década de 30. Foi o principal lutador da família e se manteve invicto durante muito tempo.
Era um pesquisador de lutas e aprendeu diversas artes marciais que aperfeiçoaram ainda mais o seu estilo e seu jiu-jítsu, uma faceta que gerou a primeira discórdia com seu irmão Carlos, que achava que apenas o jiu-jítsu bastava. George também não seguia o regime alimentar imposto por Carlos, achava que só com os treinamentos era mais que suficiente, gostava também da vida boêmia e aos poucos tal estilo influenciou em suas performances nos desafios.
Antes da separação de George com os outros 4 irmãos, a vida de ambos foi pautada em vencer os desafios e “Gato Ruivo” era sempre a cereja do bolo. Seu auge foi no início da década de 30 quando lutou duas vezes contra o japonês Geo Omori, empatando na primeira luta entre os dois e vencendo no segundo confronto depois de 10 rounds. Entre as duas lutas com Omori, a reputação de George atingiu níveis recordes e com esta notoriedade lutou contra celebridades da época.
Em 1934, George passou 1 semana na cadeia juntamente com seus irmãos Carlos e Helio Gracie por espancarem o lutador Manuel Rufino, que havia feito acusações contra o trio, mas foram libertados
pelo tribunal que arquivou o caso por considerar que não havia nenhuma evidência de agressão.
Com sua personalidade forte e cada vez mais próximo da luta livre, a separação de George com o restante dos irmãos se tornou cada vez mais inevitável. George se desentendeu de vez com Carlos quando aceitou uma luta nas regras da luta livre, Carlos veio à imprensa e declarou que George não representava mais o estilo Gracie de lutar. George não deixou barato e respondeu de forma dura através de uma carta para imprensa:
“Meu irmão Carlos não é nada quando se trata de
lutar. Carlos não tem autoridade nem competência para falar sobre
Jiu-Jitsu ... Quem criou a tradição esportiva da minha família, se não eu, com
toda a honestidade, com a minha carreira? ”
Com a separação, George passou a lutar por todo o Brasil e
passou por momentos obscuros na carreira e colecionou algumas derrotas, até que
decidiu voltar para a academia Gracie e substituiu seu irmão Helio em algumas
lutas.
Com a aposentadoria de Helio Gracie, George passou a ser o
único e verdadeiro representante da família Gracie no Brasil. Lutou por muitos
anos até conhecer o amor da sua vida e mudar-se para o interior de São Paulo.
Teve três filhos, Maria Helena, Liana e George Gracie Filho
(este tem uma entrevista imperdível no canal coirmão do Sandro Padial), dava
aulas de jiu-jítsu sempre na garagem de sua casa e seu método de ensino sempre
foi focado em defesa pessoal e a parte de chão era visto como recreação.
Viveu com sua esposa por um pouco mais de 20 anos, até que se
divorciou e voltou para o Rio de Janeiro. Se reaproximou novamente de seus
irmãos, mas o vínculo jamais foi o mesmo. No RJ viveu o resto de sua vida dando
aulas particulares, para academias de polícia e tinha a própria bandeira,
George Gracie.
Vou ficando por aqui com essa
pequena homenagem que está longe de estar à altura deste grande homem que fez
muito pela arte marcial e que teve a sua história injustamente esquecida. E vejo
vocês no próximo “Gracie Notável”.
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