Gostaria de começar esse texto de forma bem direta e objetiva. Pratico jiu-jítsu há 4 anos e NÃO demorei muito para entender a IMPORTÂNCIA do Professor Helio Gracie para o jiu-jítsu praticado no mundo inteiro. Sem ele, meus amigos, NADA disso existiria.
Assim que iniciei esse blog fiz um texto sobre a origem do jiu-jitsu BRASILEIRO. Sim, vale lembrar que o jiu-jítsu é de origem japonesa. Mas, há relatos de que já era praticado bem antes de chegar ao Japão por monges na Índia. Onde Helio Gracie entra nessa história toda? Esse homem media aproximadamente 1.74m e pesava 65kg. Era franzino e de saúde frágil. Quando seu irmão mais velho, Carlos Gracie, aprendeu através de Conde Koma e passou a ensinar o jiu-jítsu, Helio só podia assistir e o fez dos 13 aos 16 anos, até que um dia um aluno chegou à academia dos Gracie para ter aula com Carlos, que não estava presente. Helio não perdeu a oportunidade e se ofereceu para dar a aula. O aluno então quis ter aula só com Helio dali em diante.
Helio Gracie reinventou o jiu-jítsu, por conta de seu físico franzino e falta de força. Criou técnicas em que priorizava o uso de alavancas. O jiu-jitsu tradicional priorizava a força. Com esse jeito novo de lutar jiu-jitsu, Helio não descansou enquanto não provou que seu método de lutar era o mais eficiente que existia. Desafiou inúmeros lutadores de outras artes marciais, sempre mais fortes que ele. A luta mais notória do Professor Helio foi contra o judoca Masahiko Kimura. Na época, Kimura falou que acabaria com a luta em 3 minutos. No final do primeiro round de 10 minutos o semblante de Kimura era de preocupação e não mais de quem tinha certeza de que ganharia. Depois de uma batalha épica, Kimura encaixou uma chave de braço em Helio, que se recusou a bater, fazendo com que Carlos jogasse a toalha para não ver seu irmão mais novo com o braço quebrado. Anos mais tarde, os Gracie passaram a chamar esta chave de braço de Kimura.
A persistência de Helio em querer provar a eficiência do jiu-jítsu não teve fim. Seus filhos e sobrinhos continuavam a lutar e desafiar vários professores, iam em academias de karatê, boxe, luta livre e etc promovendo confrontos entre as artes marciais e, sim, sempre saíam vencedores. Em 1993, seu filho mais velho, Rorion Gracie, promoveu juntamente com um empresário americano, o Ultimate Fighting Championship(UFC), agora para mostrar ao mundo do que o jiu-jítsu era capaz e conseguiram. Royce Gracie, foi o integrante escolhido para representar a família nesta empreitada, não por ser o melhor e sim por ser franzino tal qual seu pai era. Venceu 3 das 4 primeiras edições do evento, todas por finalização, contra brutamontes maiores que ele. Desde então a arte suave virou febre e o mundo finalmente conheceu o jiu-jitsu Gracie que passou a ser chamado de Brazilian Jiu-Jitsu ou Jiu-Jitsu Brasileiro na tradução literal. Até no Japão se ensina BJJ. Em todo o mundo tem faixa-preta brasileiro ensinando Jiu-Jítsu. Porém, o legado do nosso professor, aqui no Brasil está ficando esquecido.
Vivemos uma era em que o jiu-jítsu virou de fato um esporte. Toda semana tem um campeonato diferente em cidades que nem imaginamos que existem. Muitos professores visam ensinar a arte pensando só nas medalhas que podem vir a ganhar em um campeonato, o que eu NÃO reprovo, pois sou competidor também. Mas esquecem de mencionar quem foi e o que foi Helio Gracie, um verdadeiro samurai, que inventou uma forma eficiente e praticamente imbatível de defesa pessoal. Poucos sabem essas técnicas hoje em dia. Em tempos de berimbolos e 50/50's, quase ninguém sabe sair de maneira eficiente e correta de uma clássica "gravata de porteiro" em uma situação cotidiana de rua. O seu berimbolo não vai proteger a sua família.
Procurar conhecer melhor o que o professor Helio ensinava faz muita diferença hoje em dia. Mantém a chama viva e aprendemos a dar valor quem realmente merece. Não podemos jamais esquecer e devemos nos orgulhar muito do que este grande homem criou, um jeito diferente e eficaz de lutar jiu-jítsu e que podemos sim chamar de brasileiro!
Um abraço!
Seja saudável!
Oss
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